3 técnicas para fazer o reparo em carroceria de alumínio

6 mins Pedro Nogueira Publicação: julho 27, 2023 Atualização: julho 27, 2023

A indústria automotiva atual usa uma tecnologia avançada na construção de carrocerias, aplicando o alumínio como material mais importante. Ainda que não seja tão durável quanto o aço, ele é mais leve — o que promove maior eficiência energética com a redução no consumo de combustível.

A mudança nas carrocerias vai permanecer. Por isso, as oficinas mecânicas devem se preparar para fazer o reparo em carroceria de alumínio — os quais podem ser mais complexos que aqueles feitos em carrocerias de aço.

Pensando nisso, neste post, veja algumas técnicas que podem ser usadas em carrocerias de alumínio. Continue a leitura e confira!

Qualidades do alumínio

O alumínio, além de mais leve — e, portanto, mais eficiente em relação ao consumo de combustível —, também oferece maior resistência à corrosão. Quando estampado, ele apresenta uma maior dureza — propriedade que pode ser sentida, principalmente, ao utilizar o martelinho de ouro.

Esse material tem potencial para absorver o dobro da energia dos impactos, desde que seja associado a outros elementos. Assim, torna-se mais eficaz que o aço em caso de colisões.

Pequeno histórico da carroceria de alumínio

O primeiro automóvel produzido em série com carroceria de alumínio foi o A8 da Audi, em 1994. De lá para cá, o alumínio vem ganhado cada vez mais espaço na indústria automobilística — principalmente, a partir da segunda década do século XXI. 

Em 2014, a Ford dos Estados Unidos substituiu o aço pelo alumínio na montagem de seu veículo mais comercializado: a picape F-150. O modelo, que pesava mais de 300 quilos, teve redução de 20% no peso. Em 2014, também chegou ao Brasil a Mercedes-Benz Classe C, com carroceria parcial de alumínio.

Um projeto pioneiro, ainda em 2016, gerenciado pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e que envolvia 10 empresas do setor, mostrou ao mercado as vantagens da carroceria em alumínio para carga seca. O projeto se chamava “Abal Carga Seca”.

Na época, já se identificaram os benefícios proporcionados pela maior leveza do alumínio, como o menor desgaste de freios e de pneus, a maior praticidade dos motoristas no manuseio da carroceria — facilidade para abrir e fechar, bem como para remover as guardas nas operações de carga e descarga — e a possibilidade de alcançar uma maior velocidade média.

Os estudos para o projeto sobre carroceria em alumínio para carga seca se iniciaram em 2013, por meio de simulações e análises que consumiram, no total, mais de duas mil horas de trabalho. A empresa Norma se encarregou da fabricação de dois protótipos, que começaram a circular pelas rodovias do Brasil em estágio de teste.

Atualmente, existem diferentes modelos de veículos com carroceria em alumínio, incluindo utilitários (como Range Rover) e carros esportes (como Jaguar). Também é possível encontrar carroceria baú de alumínio para carga seca, congelados, frigoríficos e outros produtos.

Técnicas de reparos em carrocerias de alumínio

Por causa do desconhecimento das características do alumínio e das técnicas mais adequadas, muitos profissionais de oficina de funilaria e pintura sentem dificuldades para consertar pequenas avarias nas carrocerias.

Nos reparos automotivos, quando as chapas de alumínio passam por um processo de desgaste com esmerilhadeira, elas não emitem fagulhas — como ocorre com o aço. Dessa forma, o profissional não identifica se o material está sendo desbastado demais.

Além disso, o alumínio apresenta uma condutividade elétrica maior que o aço, o que não permite que ele seja trabalhado com repuxadeiras convencionais. A ferramenta própria para alumínio solda os pinos por meio de descarga capacitiva, repuxando o amassado por esses pinos.

Na verdade, os equipamentos usados nos reparos de carroceria de aço não devem ser aplicadas na carroceria em alumínio, para evitar a contaminação da peça.

Por fim, a falta de conhecimentos suficientes faz com que alguns profissionais escolham a substituição das peças. Pode ser uma troca desnecessária, que elevará o preço do serviço — e, consequentemente, afetará a seguradora.

Tanto os funileiros quanto os responsáveis pela lanternagem precisam de um preparo maior para reparar danos em carrocerias de alumínio. Nos serviços de lanternagem, não se trata somente de desamassar a lataria do carro, mas de conferir o melhor aspecto possível ao veículo.

Para ajudar, vamos falar, brevemente, sobre algumas das técnicas de reparos em carroceria de alumínio mais comuns!

1. Reparo por soldagem

A soldagem do alumínio é mais complexa que a do aço. Primeiro, é recomendado limpar a superfície antes de começar a soldagem. Isso porque ele é um metal que, sempre que exposto ao ar, gera um fino revestimento de óxido de alumínio.

Quando essa oxidação não é removida, a tendência é que o alumínio derreta antes do revestimento, e o funileiro tentará soldar através da oxidação. Consequentemente, a soldagem será de baixa qualidade e imprevisível.

Quando se usa uma tocha de solda MIG, é necessário utilizar uma ponta roscada especialmente projetada para a soldagem em alumínio. Afinal, a solda MIG usa um gás inerte como proteção de soldagem, além de exigir uma maior atenção na limpeza da área que será soldada e uma maior habilidade do profissional.

Também é necessário ficar atento aos seguintes pontos:

  • usar a técnica de empurrar a conta de solda, e não a de puxar;
  • usar o arame de eletrodo recomendado pelo fabricante;
  • usar o modo pulsado, e não o método de curto-circuito aplicado no aço;
  • aplicar a velocidade correta durante o processo;
  • evitar saídas a frio.

2. Reparo por colagem

Geralmente, o alumínio recebe reparos com adesivo natural, o que exige um treinamento maior do profissional. Os adesivos estruturais foram projetados para substituir a solda comum em determinadas situações.

O principal componente desse adesivo é poliuretano, epóxi ou cianoacrilato, capazes de proporcionar uma adesão de boa qualidade às regiões que precisam ser coladas.

Ainda que precisam de aplicadores especiais de cola, conferem maior uniformidade em relação à distribuição de carga na carroceria, diminuindo as concentrações de tensões.

3. Substituição de painéis

Em substituições parciais, é comum usar, além do adesivo, rebites específicos para alumínio. Porém, para utilizá-los, é preciso de um aplicador especial.

Neste post, apresentamos três técnicas para fazer reparos em carroceria de alumínio. É fundamental que o funileiro e o lanterneiro se capacitem para cuidar da manutenção desse tipo de material, melhorando a sua imagem diante do público.

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