O processo de lixamento de madeira é um dos mais importantes para um profissional de construção. Ele serve para polir, nivelar, corrigir e uniformizar, basta utilizar a técnica e o material adequado. Esse cuidado vai garantir não apenas um serviço de qualidade, agradando ao cliente e agregando ao portfólio do pedreiro, mas também vai trazer durabilidade.
Ainda que qualquer manutenção tenha um tempo de vida útil, é indispensável aplicar técnicas, usar ferramentas e escolher produtos que assegurem a longevidade do trabalho. Por isso, vamos explicar como funciona cada tipo de lixamento, antes de focar no passo a passo da preparação da madeira.
Pronto para se tornar um expert nessa atividade? Aproveite nossas dicas de lixamento de madeira!
Quais são os tipos de lixamento?
As etapas do lixamento e preparação para o tratamento de superfícies, ,podem ser divididos em três tipos: Desbaste, Acabamento e Polimento. Eventualmente, será necessário usar todos, dependendo do material e do serviço. Entenda melhor cada um deles, a seguir.
Lixamento de desbaste
O termo desbaste está relacionado a corte ou remoção de material em alto volume. Logo, esse tipo de lixamento é utilizado quando se deseja remover uma parte do material em menor tempo de trabalho.
Após um corte mais profundo, tem a lixa tem um papel fundamental na eliminação de arestas, deixando-as mais regulares e eliminando os defeitos que uma ferramenta maior não conseguiria.
Também é chamado de lixamento de desbaste aquele que visa realizar uma limpeza básica de alguma peça que vai passar pela solda posteriormente ou, ainda, para prepará-la antes de uma sessão de pintura ou de envernização. Essa peça pode ser de vários materiais, entre eles: metal, plásticos, borrachas, pedras, concreto ou madeira.
Lixamento de acabamento
Embora conhecido como preparação superficial, o acabamento da superfície é considerado o mais importante para quem preza um bom resultado. Inclusive, ele é sempre associado à madeira, pois é recomendado antes de pintá-la ou envernizá-la. Para quem trabalha fabricando móveis rústicos, por exemplo, adquire-se uma larga experiência nessa atividade.
Sua principal utilidade é regularizar a superfície do material. Sabemos que, nesse momento, é necessário ser perfeccionista a fim de produzir um serviço de qualidade. Assim, abrir mão dessa etapa pode desfavorecer a reputação de um construtor, reduzindo o valor de seu serviço.
Além dos móveis, o processo de lixamento e acabamento pode ser aplicado em paredes, por exemplo. Sabe aquela parte do trabalho em que elas acabaram de ser rebocadas? É ali que a lixa deve entrar em ação para remover as irregularidades, atuando de forma superficial, buscando uniformizar as superfícies.
Esse tipo de lixa é indicado para remover rachaduras e bolhas, que representam um verdadeiro pesadelo para clientes, pintores e pedreiros. Se estiverem usando uma tinta com base acrílica (como a semibrilho ou acetinada), é preciso dedicar ainda mais atenção a essa etapa. Inclusive, anote esta dica: invista em uma lixa com gramatura fina, pois elas deixam a parede mais lisa e uniforme.
Por fim, esse tipo de lixamento é recomendado quando o profissional já concluiu a pintura ou o verniz, mas a superfície está muito brilhosa para uma demão a mais. Então, para aumentar a aderência e intensificar a qualidade da próxima aplicação, ele usa uma lixa no acabamento.
Lixamento de polimento
Nas etapas de polimento deve-se considerar sempre quando buscamos a excelência em um processo ou serviço. Sabe aquela sequência de pintura e lixamento onde todas as etapas citadas acima foram criteriosamente respeitadas, mas que por algum motivo técnico o brilho da superfície lixada e pintada não ficou com espelhamento perfeito? Podemos resolver através do uso de lixas para polimento, construídas com micro abrasivos ou micro grãos essas lixas são capazes de remover micro defeitos, como: poeiras, insetos e poluição fixada na superfície pintada antes do término do ciclo de cura da tinta ou verniz. As lixas de polimento também podem ser usadas em superfícies que estão passando por um processo de revitalização, onde a área agredida pelo tempo e uso pode novamente ter alto brilho e espelhamento como se tivessem acabado de finalizar um novo processo de pintura.
Como preparar a madeira para lixamento?
Qualquer superfície deve ser preparada para receber a lixa e, assim, garantir que o serviço de lixamento comece bem. Sabemos que, apesar de simples, é um trabalho árduo, e quanto melhor for a preparação, menos esforço o pedreiro vai fazer. Isso conta bastante, principalmente se estivermos diante de um grande projeto.
A madeira, no entanto, demanda um cuidado especial. Mesmo que o verniz ou outro produto voltado para o acabamento prometa uma finalização impecável, é impossível disfarçar um mau trabalho de preparação. Por isso, atente-se aos cuidados abaixo.
Secagem da madeira
Embora tenha um preço competitivo, muitas pessoas hesitam antes de investir na madeira como um material de construção, devido a sua resistência e durabilidade. No entanto, esses dois aspectos são influenciados pela secagem.
Um exemplo clássico é a trinca ou rachadura que eventualmente se vê em uma peça. Elas são consequência de uma secagem mal feita. Quando a parte exterior seca e a de dentro conserva alguma umidade, a superfície se tensiona, gerando um rompimento. O primeiro passo para lixar é confirmar se a madeira está 100% seca. Para isso, use um medidor de umidade para madeira. Ele deve estar bem calibrado.
Remova manchas
Se notar manchas de óleo ou de gordura, use um solvente para removê-los. É essencial usar um produto apropriado. Não siga receitas caseiras disponíveis na internet ou corre o risco de danificar o material de forma irreversível. Além disso, não faça movimentos bruscos, passando um pano de microfibra limpo com delicadeza e firmeza, garantindo que a sujeira saia.
Finalize com a plaina
Para concluir a última etapa de preparação da superfície, o pedreiro pode usar uma plaina, manual ou elétrica, para deixa-la mais lisa e uniforme. Essa utilização reduz tempo, porque permite se antecipar ao trabalho e começar com uma lixa de gramatura mais fina. Assim, economiza-se dinheiro também, investindo menos nesse tipo de material.
Como escolher a melhor lixa?
Naturalmente, tem lixas mais apropriadas para cada tipo de material e trabalho, mas, antes de obter esse abrasivo, é importante que o profissional entenda minimamente sobre granulometria.
Trata-se da medida da disposição dos grãos em uma superfície. No caso das lixas, ela serve para indicar o quão grosso ou fino esse material é. Na lógica da granulometria, a lixa mais grossa é a de número menor.
Na prática, quanto mais a superfície precisar ser lixada (como em uma parede com textura, por exemplo), mais grossa terá que ser a lixa e menor o seu número. Da mesma forma, uma superfície que já estiver mais lisa e preparada para receber a tinta ou o verniz, poderá contar com uma lixa mais fina para executar o lixamento.
Se o pedreiro for utilizar tanto lixas grossas como lixas finas, vale essa dica: ao comprar, não escolha a próxima lixa com mais de 50% do grão usado anteriormente. Por exemplo, se iniciar o trabalho com uma lixa de grão #80, a próxima que vai usar deve ser, no máximo, grão #120. Assim, o grão mais fino remove o mais grosso.
Para ajudar, apoie-se nessa tabela:
- Lixas grossas: numeração de 16 a 80;
- Lixas médias: numeração de 100 a 220;
- Lixas finas: a partir de 240 até 5000.
Lixa madeira
Não tem mistério: o modelo mais apropriado para lixar madeira é a lixa que leva o mesmo nome. Assim, não tem dúvida na hora de acha-la em uma loja. Ela vale tanto para as madeiras cruas, como as que já estão pintadas ou envernizadas. Agora, na hora da compra, atente ao tipo: sendo madeira, existe a lixa A237, A219 ou A396 No-Fil.
A primeira se trata de um modelo padrão, portanto, mais versátil e adaptável aos vários tipos de madeira. Mesmo assim, reconhece-se uma melhor aplicação quando a madeira é crua, ou seja, sem pintura ou verniz, sendo usada no lixamento de madeira maciça. Já a A219 ou A396 No-Fil tem melhor desempenho em madeiras com tinta, seladas e MDP.
O diferencial desse modelo é que ele tem uma tecnologia antiempastante, que serve para evitar o acúmulo de material, fazendo com aquele pó que se desprende não se grude na lixa e cause mais sujeira na hora do lixamento. Além disso, sua vida útil é maior, sendo a preferida quando a ideia é aproveita-la em vários projetos.
Fora a lixa, é comum que o pedreiro queira investir em outros equipamentos que facilitem esse trabalho. Alguns deles são:
- Suporte para lixa: ideal para serviços em altura, pode ser encaixado no cabo de uma vassoura e ajuda a alcançar espaços menos acessíveis;
- Lixadeira de teto: terminou com a madeira e vai lixar uma parede ou teto? Esse equipamento garante um acabamento excelente e mais rápido;
- Taco lixador: bom para preservar suas mãos, dando mais força ao pedreiro na hora de passar com a lixa sobre as superfícies;
- Espátula plástica: recomendada para uso antes do lixamento, na etapa de aplicar a massa corrida ou acrílica. Seu uso facilita a passada da lixa posteriormente;
- Esponja abrasiva: caso não queira usar uma lixa tradicional, opte por uma esponja abrasiva. Elas servem para lixamento manual de madeira e são ótimas para superfícies planas, bordas e molduras.
- Lixadeira elétrica: mesmo que não a use em todos os tipos de trabalho, vale a pena investir em um modelo elétrico para “quebrar um galho” no momento da pressa ou em situações específicas, que precise acelerar a entrega do trabalho ou acabamento.
Como lixar madeira: passo a passo
Com o material em mãos, chegou a hora de seguir as melhores técnicas de lixamento de madeira! Aproveite nossas orientações a seguir.
Use EPIs
Os equipamentos de proteção individual jamais devem ser esquecidos ou ignorados. Eles são recomendados justamente para assegurar que o trabalhador está se expondo ou se arriscando o mínimo possível em suas condições de trabalho para não se machucar. No caso dessa atividade em si, os que não podem faltar são:
· Óculos de proteção: para proteger os olhos contra o pó que sai da lixa;
· Luvas: para proteger as mãos e o contato com o material;
· Avental: para evitar se sujar com os resquícios do serviço no ambiente;
· Máscara semifacial: pode ser usada como uma alternativa aos óculos de proteção. A máscara semifacial protege contra a poeira e até a fumaça, dependendo do modelo.
Faça um trabalho uniforme
A melhor maneira de evitar superfícies desiguais é se esforçando para manter o mesmo padrão durante todo o trabalho, realizando o movimento com a mesma intensidade.
Escolha bem a lixa
No tópico anterior, demos várias dicas de como escolher a ideal, mas se não há muita liberdade de escolha para optar por uma lixa premium, selecione uma que seja mais fina. São essas que menos desgastam a madeira.
Siga as fibras da madeira
Lixar contra os veios da madeira (também conhecidos como fibras) é um dos piores erros que um pedreiro pode cometer na hora de lixar. Essa regra só pode ser quebrada se a peça estiver precisando de nivelamento ou demandar uma remoção mais profunda de marcas e cortes causados por outras ferramentas. O motivo da recomendação se deve ao fato de que, ao lixar contra os veios, mais madeira é removida.
Remova o pó da madeira
Fazer isso periodicamente permite que o pedreiro verifique como está indo seu serviço, além de evitar acúmulo de poeira, o que faz a lixa empastar mais rápido. Isso é ruim, inclusive para a saúde do profissional, pois irrita suas vias respiratórias, podendo agregar quadros de asma ou rinite, caso ele tenha.
Para ajudar, procure fazer a atividade em um ambiente aberto, com corrente de ar e aspire o pó sempre que possível, além de usar os EPIs necessários.
Cuidados com a madeira após o lixamento
O lixamento de madeira é o último passo antes de aplicar o verniz. Todo cliente valoriza um excelente acabamento, por isso, o pedreiro deve dar uma atenção especial ao momento que o antecede: porque é esse cuidado que vai garantir que o brilho não tenha bolhas e dure mais tempo na superfície.
Uma dica para quem deseja caprichar nessa parte: realize uma boa limpeza antes de aplicar o produto. Elimine todos os resquícios de pó para, em seguida, passar a primeira demão de verniz. Ao terminar, você vai notar a necessidade de lixar novamente, para aparar as últimas arestas.
Então, refaça o lixamento de madeira e reaplique o verniz mais uma vez. O trabalho de um pedreiro depende bastante de seu olhar profissional sobre o que está sendo executado. Quanto mais experiência e credibilidade, mais ele está apto a realizar com excelência esse tipo de atividade, independentemente de sua complexidade.
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